tô te
escrevendo para não ligar, para não ir até a tua casa e nem puxar uma conversa
sem pé nem cabeça. é para matar a vontade de te dar a mão e sair pelo mundo. só
tô te escrevendo para saber de você, para conter esse impulso de fazer parte do
teu dia a dia, da tua lista de bem querer. tô escrevendo para não enlouquecer
de agonia. de saudade. essa saudade repentina, doida. doída. tô deixando as
letras aqui para saber se você ainda tá com aquele cheiro que eu tanto gosto,
com aquele sorriso que me encantava. saber do cansaço, do último filme, daquele
livro que eu preciso ler. saber se você ainda lembra de mim, de vez em quando.
eu deixaria
você falar só para acalmar esse negócio que insiste em voltar, esse troço que
me atormenta de vez em quando. eu não sei o nome. e aí depois que você
desligasse, talvez o teu cheiro voltasse a dançar pelo meu corpo. talvez, eu
desistiria da tua voz nos primeiros segundos ao lembrar que os amores nem
sempre são tão amores assim. talvez. mas, hoje...