24.7.08

Está declarada a guerra contra a mesmisse. A guerra contra “o pouco”, “o que falta”, contra todas as lacunas deixadas por aqui. Trago, no bolso esquerdo, um manifesto libertário, desarrumado e sadio. Escute bem: s-a-d-i-o. Diferente das noites mal dormidas, dos remédios fortes e das tentativas desumanas de te entender durante todos esses meses. Cansei. Cansei do meu fracasso, do meu peito que sempre dói e se enche de angústia a cada palavra não dita pela tua boca, na hora exata. Estou em greve de você, de mim, desse amor barato e super poderoso. Esse tal amor que diz superar barreiras, mas que só passa por cima do meu muro, quebrando tudo o que é sólido, me carregando como um vento forte e perturbador. Eu não acredito mais, eu não agüento mais. É desleal com a minha alma te ver usando um quarto do amor que eu te ofereço e deixar o resto escorrer, transbordar para qualquer canto que não te perturbe, não te tire do eixo, que não invada as tuas ceninhas mal dirigidas e de texto batido.
Eu sou bem diferente mesmo de você. Eu gosto do olho a olho, da sinceridade que tenta se calar. É gritar que você quer? Gritemos! Gritemos as nossas dores, as nossas diferenças e o teu orgulho cego diante das minhas sutilezas. Ah! Gritemos também o abismo entre nós dois: eu sou intensa, profunda e não tenho medo disso. Não me contento com duas palavrinhas mal escritas, superficiais. Eu quero o mistério, as entrelinhas, a poesia calada de um abraço, entende agora?

Me nego a abrir mais buracos aqui dentro, a acreditar em um futuro compartilhado. Me nego também ser rancorosa. Por isso, eu estou lhe tirando da minha vida, do meu corpo e da minha alma. Chegamos à reta final, não há caminho duplo e nem premiação dividida. Eu ou você. Estou me escolhendo, me libertando. Há um mundo multicolorido a minha espera, já estou atrasada e espero que você não venha.
Adeus!

17 comentários:

André disse...

Minha pequena, faço das tuas, minhas palavras. Cedo ou tarde chega a hora.
To com você e não abro mão. O mundo multicolorido nos espera beibe! :)
Vamos viver, já!
De resto, tu já sabe tudo que tenho a dizer sobre isso.
Um beijo infinito!

Ni ... disse...

Isso que é decisão!!

Viver lutando pra ser feliz...

beijo e mais beijos...

Narradora disse...

Forte e em tom de desabafo. Me lembrou uma música do Chico: "Agora já passa da hora/ tá lindo lá fora/ Larga a minha mão/ solta as unhas do meu coração/ que ele está apressado/ e desanda a bater desvairado/ quando entra o verão."
Bjs

Tiago Amorim disse...

Isso que é mudar de verdade! Até o alinhamento .. não se importe com aqueles centralizados, justificados ou alinhados à direita! Que seja esquerda, mas que seja a sua escolha!

Mto bom! =]

Araúja Kodomo disse...

Gosto muito do texto, muito mesmo! ***

Anônimo disse...

' tudo tem que ter um fim' ..[?!]
será mesmo?

'Estou em greve de você, de mim, desse amor barato e super poderoso.'

..dolorido..
como fazê-lo? ..


beijos..
bom comecinho de semana

Anônimo disse...

Voce escreve muito bem. Parabens!

Filipe Garcia disse...

É preciso ter coragem pra tomar uma decisão dessas. E eu entendo perfeitamente sua raiva pela mesmice. ô coisa chata, rs.

Beijo

Anônimo disse...

"Adeus, adeus, adeus meu grande amor...Vou fugir desta dor.
Meu amor, se quiseres voltar-volta não-Porque me quebraste em mil pedaços."

Se precisar de ajuda, posso ser forte com você!Rs...
Agora essa greve é nossa!!

Camila disse...

ai...






*suspiros...




beijos daqui...

disse...

E se você tem que escolher entre você e qualquer outra coisa, acho melhor escolher você. Porque a outra coisa não vai fazer nenhum outro sentido pra você se não tiver você.

Bjo

Mafê Probst disse...

Quanta tristeza nas estrelinhas de uma carta tão bela. Ainda que doa dizer adeus, nunca é tarde para se permitir uma nova chance de vida nova.

Boa sorte nesse teu recomeço.

Sunflower disse...

lendo o teu texto, e o comentário sobr uma musica do chico, confesso que sempre tive fobia daquela musica da mulher que todo dia ela faz tudo sempre igual.

isso, recusa.

beijaaa

Camila. disse...

Tenho medo deste oco. Medo? Não sei, não sinto nada, não posso dizer que sinto o medo. Talvez ele é que me sinta, afinal.

Marina Bernardo. disse...

Acho que estamos passando pelo mesmo. Só digo uma coisa: Abandone o que não te faz bem!


Beijinhos.

Anônimo disse...

Nossa... até doeu meu peito... fui lendo suas palavras e as senti saindo da minha própria boca...
Tanto suor, tantas lágrimas... em troca de nada, nem uma palavra amiga, nem um telefonema de madrugada...
Lindo... e boa sorte...
Infelizmente eu ainda não desisti.

Bjs

TIAGO JULIO MARTINS disse...

Teus textos tem uma intensidade esmagadora. Mas não é uma intensidade qualquer, ela não é forçada ou inventada: é natural. Tão natural quanto a verdade.
Por isso tua escrita é tão boa. Boa e inspiradora, deu vontade de escrever assim que terminei de ler.

Parabéns.