19.3.10

19 de março de 2010

Eu consigo falar por horas dela. Dias. Consigo vasculhar tudo o que há de mais puro em mim e a entregar, em forma de flor, só para ela ser aquela menina com uma flor. Consigo juntar Recife em palavras e mandar pra Bahia só para que ela saiba um pouquinho mais do jardim da minha casa, para que ela entenda que jasmins só florescem onde há amor. Consigo lembrar do tempo em que ela só era um monte de letras que me embaraçavam e me diziam baixinho e de longe: essa menina sabe o que é TER que escrever. Hoje, as letras dela se juntam as minhas e Dulce, Alice, Dora, Clara, Jaya viram poesias, textos quilométricos de pura dissonância e sensibilidade e samba. Samba, isso. Ela é um samba levinho, dedilhado, cheio de acordes misteriosos. Consigo descrevê-la, reescrevê-la e interpretar essa coisa toda. Consigo ler nas entrelinhas daquelas cartas de envelope carmim toda a necessidade de vida, de grito e de paz atravessando as fronteiras. Parágrafo por parágrafo várias vezes, sem cansar. Consigo sentir que ela está perto pra me orientar. Consigo entender que certas pessoas, as da espécie dela, nasceram com um potezinho especial de luz e, sem saber, eles se iluminam e nos iluminam de uma forma mágica, fraterna. Consigo dizer, com orgulho, sabe aquela menina que escreve no Líricas? É minha amiga e fico repetindo minha amiga, minha amiga saboreando as palavras. Consigo te imaginar em um abraço. Consigo ver teus dedos lambuzados de amor, como você mesmo os denomina. Consigo te desejar um bem enorme, ilimitado. Consigo falar com você por telepatia, é só fechar os olhos. Consigo compreender a tua fúria literária, o desespero da procura pelas letras. Consigo ficar tranquila com a tua existência. Consigo aprender, com você, que saudade é coisa que nunca passa e louco foi quem inventou que ela deveria passar. Consigo te enxergar como um presente. Consigo descobrir tuas cores e as guardar para quando tudo ficar cinza e sem graça, por aí. Consigo usar verbos e mais verbos e mais um tanto de adjetivo, embrulhar e deixar na tua porta. Toma, é teu. Brinca, faz malabarismo, pendura na parede verde. Consigo querer, que hoje, seu aniversário, seja o mais doce possível.


Com todo meugrandeamorporvocê,


A tal da azulClara.

10 comentários:

disse...

Esperoq q como o visula do seu blog, esteja num momento mais leve! Sempre é bom encontrar Rece nas suas palavras!

Ogrigado!

Jaya Magalhães disse...

Quando hoje o celular despertou, você estava lá. Quando liguei o computador, você estava. Quando olhei para dentro de mim, tinha você de novo. Quando sorri, lá estava você. Quando as lágrimas caíram lendo toda essa coisa grande, eu abri as janelas. Você então tomou conta de tudo. E se tornou um dos motivos do meu dia ter se feito assim, tão lindo.

Eu consigo te ler por horas. Consigo ser transparente aos teus olhos. Continuo a agradecer aos deuses todos por essa nossa afinidade, afinação.

Você é minha amiga. É meu amor.

Muito do que sou, nesses 23, é composição tua. Eu sinto nossos abraços. Nossas misturas. Você faz da minha vida algo com maiores sentidos. E eu não vou nunca saber explicar isso.

Recebi tudo. Te entrego igual. É enfeite nosso.

Euamovocê, Clarinha.

Obrigada sempre.
Obrigada por ser.

WESLEY COSTA MELO disse...

Bacana ...muito bacana...

Anônimo disse...

Tá tudo tão bonito por aqui... Gostei muito!

Bel disse...

Só consigo dizer que acho lindo esse derramar de amor, e que entendo perfeitamente. Jaya é tudo isso e um tantinho mais. ;)

Bel disse...

Só consigo dizer que acho lindo esse derramar de amor, e que entendo perfeitamente. Jaya é tudo isso e um tantinho mais. ;)

Tiago Éric de Abreu disse...

tuas letras têm ritmo, e balançam...

Analista de sua própria vida disse...

Puxa, muito bonito e cheio de intenção. Um texto e tanto esse que você postou. Parabéns.

Jaya Magalhães disse...

Você brilha.

Anônimo disse...

duas coisas de outro mundo que se comunicam, e eu amo!