7.6.10

Encruzilhada



“Começava com um verso de Cecília a minha carta. Aquela que eu nunca te enviei. Ia com as flores do meu jardim e um eu te amo, escrito em uma letra bonita e garrafal. Ia. Nunca a deixei sair da gaveta, sabe-se lá por quê. Acho que, na época, eu só queria te mandar delicadezas, provas inusitadas de amor, essas coisas que se diz quando o outro faz algum tipo de diferença na tua vida. Mas é que, às vezes, amor demais complica, palavras demais extrapolam o limite das páginas e dá aquela sensação de que não há fôlego alheio para acompanhar os teus passos. E aí fica mais fácil colocar a culpa em alguém, naquele que não está “pronto” para receber as dúzias e dúzias de envelopes que, sem cansar, destinas a um endereço do que assumir o risco de caminhar tranquila com o silêncio...”






3 comentários:

...loucos apontamentos disse...

caminhar tranqüilo acompanhado pelo silencio...

Marguerita disse...

Uma vez pensei que meu coração fosse explodir e transferi tudo que queria dizer para uma carta e morri quando soube que ela chegou no seu destino.
E quase morri de amor colhendo os frutos guardados naquele envelope.

Bem, teu post cruzou com o meu.

Beijos...

FDeunizio disse...

amor demais. adorei.

ah flor, Valdiz é meu pai. Só que ele tem vergonha do que escreve. Ai, pediu pra mim por 'VALDIZ'.
Adoro o que ele escreve.


Um beijo. Sempre por aqui, Fer.