8.12.11

Rosa

É que batuca aqui um danado de um coração. Eu tento silenciar. Às vezes, eu grito até que o barulho que ele faz seja menor do que o meu. Bate. Não passa. Batuca tão alto que quem anda ao meu lado quase ouve esse compasso desesperado. Eu escondo, digo que tenho muita coisa para fazer que esses meninos não ajudam que cada um tem a sua sina. A minha é andar pelas ruas vermelhas do sertão com um esse negócio pendurado no meio do peito. Torcendo as dores entre as blusas de madame. Disfarçando os sonhos entre as poeiras das casas dos outros. Rezando para que a chuva não alague o que sobrou do que chamo de vida. Minha sina é muito mais que Severina. É seguir com essa batida apressada que só me faz andar mais, correr mais, sentir mais, pedir mais, que. Que até engulo os dias.  


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