23.11.07




Eu realmente aprendi com o tempo, com o meu tempo, o momento certo e destinado das experiências chegarem, as palavras serem ditas. Parece também meio redundante repetir essa máxima para mim- não levando em conta, claro, a minha estúpida falta de paciência comigo e com o que me ronda, a minha intensa necessidade por realizações - mas é a pura verdade.
Hoje, eu posso gritar que eu nunca fui tão corpo como eu sou agora. É isso mesmo: corpo, matéria bruta e extremamente sensível. Eu nunca fui tão vontade, garra, paixão. Nunca tive tantas certezas e necessidades e variedades. Sinto o ir e vir do meu sangue, em todos os trajetos – o meu corpo, outrora, havia se congelado, o sangue precisava esforçar-se mais do que o normal pra fazer a grande circulação, era preciso, muitas vezes, sair em busca de um aditivo qualquer pra diminuir o meu ponto de congelamento, por sentir demais ( esse sempre foi o motivo: sentir demais) o medo do insucesso firmou-se como uma [primeira] pele no meu corpo, morri por dentro naquele dia.
Quando não se tem nada a primeira janela aberta parece ser tão agradável, tão chamativa. Mas o meu caminho não é o nada, é a busca do tudo. E essas quatro letras t-u-d-o trazem na mala um caderno cheio de lugares e projetos à espera de uma oportunidade qualquer. Esse caderno que se materializa na minha frente, quer eu vire para direita ou esquerda é a minha própria vida, só. E por ter dentro de mim uma vontade louca de viver, por encontrar forças onde não sabia que elas estavam me expus aos quatro ventos, me abri em feridas ainda em carne- viva e trate-as de uma forma rápida. Ardeu muito. Arde muito. Passei por cima de todo o tempo de cicatrização natural exigido pelo meu corpo, parti logo para o tudo ou nada, me joguei de um alto sem rede de proteção. Doeu. As conseqüências de um pouso mal calculado ainda se apresentam no meu pé esquerdo e a minha coxa ainda sente a distensão muscular do mês passado. Mas eu paguei a minha conta, paguei em cédulas altas, viu? E não quero troco. Deixa eu repetir: eu paguei a minha conta. Meu deus! Como é bom falar isso!
Você duvidou do meu pulo? Pois bem, pulei, estou aqui pra te provar que eu sou muito mais do que você pensa, eu sou muito mais do que você pode fazer comigo. Eu não sou tão manipulável assim. Eu mereço ser exatamente o que eu posso ser e vou ser ,não venha correndo atrás de mim tentar me dizer mais um dos seus discursos absurdos de ‘espera um pouco’, ‘não é bem assim’, ‘ coloca os pés no chão’. Os meus pés nunca estiveram tanto no chão, minhas mãos nunca quiseram tanto fazer a coisa certa e eu nunca desejei tanto me livrar de você.
Eu sei muito bem que a porta ainda não foi aberta, eu sei não precisa me amedrontar não. Estou na frente dela, com o coração na boca, segurando nas mãos dos meus amores e com os pés livres para chutá-la até abrir-se por completo. Se uma pequena batalha você quer transformar em uma guerra imensa, estou preparada pra te enfrentar. Você, duas de você e qualquer outro obstáculo que passar na minha frente. E não sou prepotente demais, apenas faço jus ao meu esforço, a minha torcida. Estou disposta a tudo, eu mereço. Não importa o que tem atrás da porta, eu tenho armas, fracas ou não, mas as tenho. E digo mais, são essas armas que me trazem os mapas dos labirintos em que você me joga, são essas armas que botam gesso nas minhas pernas quando os ossos se quebram. Eu tenho armas, querida. E você? O que tem? Ninguém gosta de você, nem você mesma se suporta.
Sabe o que te apavora? As mensagens que eu recebo apenas afirmando o que eu tenho em mim de melhor, as horas de energia boa, a cola que se instalou na minha mão. Você tem medo disso tudo porque sabe que é verdade! E sendo verdade, no que você vai se apegar? Quais vão ser as tuas próximas desculpas para as frases “nada dá certo”, “é muito para você”. Nem sei o significado do nada, moça! Aliás, a única coisa que eu sei é o que eu quero, o que sinto.
Metida? Só tem uma pessoa no mundo que tem cacife pra me chamar disso.
E essas lágrimas que saem dos meus olhos são o resultado de uma mistura de quereres, ao contrário do que pensas, só estou botando pra fora o que resta da tua influência, estou me livrando dos teus passos mal dados e das tuas manias horrorosas. Faça as suas malas e saia de dentro de mim, simplesmente estou cansada das tuas inverdades, das tuas fantasias. Eu tenho o teu sonho transformado em realidade. Sai!
Que venha a guerra, meus soldados estão bem preparados. O meu amor quer ser invencível. E o meu sorriso vai ser o maior do mundo no fim da jornada, espere.





Sinte as gotas de energia que caem do céu.

2 comentários:

Lais Mouriê disse...

As vezes temos que expulsar as coisas que não querem sair...

Bjos

Juliana Almirante disse...

Acho que vc foi muito [i]clara.

a outra deve ter entendido bem...