16.1.08

Me pego pensando no teu amor imperfeito, nas nossas pequenas diferenças, o nosso conceito errôneo sobre liberdade. Enquanto você quer soltar os nós, eu me prendo a eles; o teu céu é bem alto, o meu é em uma altura que não me impeça de ver o chão. Sempre invejei essa tua capacidade de não olhar o chão, porém não é pra mim, aprendi contigo. Depois da terrível experiência de voar tão alto, minha alma saiu e não me reconheci, fiz de uma historinha de amor banal a minha vida inteira (ta, não era tão banal assim) e quando fui procurar a minha cor favorita, escolhi a sua porque não lembrava a minha. Me perdi, me achei e me alojei em você, nas suas imperfeições. Jogo os teus defeitos na minha cara pra ver se acordo e fujo o mais rápido possível dessa história, dessa intensidade toda que me toma o corpo. Abro a porta com as malas na mão, decidida a pegar o primeiro trem que passar pra um lugar bem longe, aonde as tuas palavras mágicas não cheguem, o teu carinho absurdamente bom não me atinja. Mas parece que incrivelmente o destino conspira contra (contra?) mim e você chega na hora exata me empurrando contra a parede e me dá um beijo daqueles tão nossos que nem lembro o que ia fazer no instante anterior. Mesmo que depois me recomponha e diga a mim mesmo que hoje é o fim, nada no meio disso tudo faz algum sentido lógico, e mesmo que te diga coisas absurdas e não responda as tuas investidas, eu fico. E sabe por que fico? Por que apesar de sentir toda a angústia do mundo no peito, olhar pra você me traz paz imediata, segurança, teus detalhes mínimos é o melhor ângulo para a minha foto. Começa uma briga interna que me arrasta e me afasta dos teus braços, sempre perco e volto às antigas juras de amor. A gente ri durante horas, se entrega a esse amor enorme que mora em cada célula dos nossos corpos, como se fosse algo já pré-determinado geneticamente, e espera o tempo passar durante o nosso abraço demorado. Em você, com você e por você eu sempre encontro a felicidade.
O mais incrível é isso, como alguém que me traz tanta felicidade pode ser tão imperfeito?
Café é disso que preciso. Sento e escrevo qualquer asneira sobre meninos e meninas, sobre essa coisa de querer, querer e não ter. Meu corpo pede nicotina, eu sei que te prometi, mas não estais aqui e foda-se. Como pode logo você me trazer tanta felicidade? Se o amor é escolha, porque te escolhi? Como me deixei influenciar por você? Foi o seu sorriso, só pode. Pode ter sido também esse teu jeito de falar comigo como se eu fosse a coisa mais importante e mais linda da sua vida, pode ter sido o teu cheiro, acho que foi você inteiro.
Fato é a tua capacidade de mexer comigo dos pés a cabeça. E a tua imperfeição é só a dupla para a minha não perfeição, para os meus calos e furos, descobri isso olhando bem fundo nos teus olhos durante o ‘eu te amo’ matinal. Não é o nosso gosto parecido que me faz te amar cada segundo mais, nem saber que você tem as mesmas cores de tênis que os meus, muito menos que um dos teus sonhos é o mesmo que o meu,é a tua incompreensão para as minhas crises de carência, a tua forma de querer ser livre tão diferente da minha forma de ser livre e que me faz ter medo de te perder. As minhas vontades de ir embora é a saudade que se transforma em coisa que explode fácil, a minha mala sempre pronta é pra rodar o mundo com você a qualquer segundo que você abra a porta e diga “ é hoje!” .E toda essa confusão é medo de ser feliz que só tu não percebes, aí é que sinto o quanto eu pretendo dizer muito que eu amo você.
Ei.. eu amo você.


5 comentários:

Anônimo disse...

doido pensar que meu maior sentimento de liberdade se encontra deliberadamente do seu lado.que meu voo mais alto só pôde ser concretizado por sua mão tá colada na minha,por ter tido o aconchego do seu maior sorrido-aquele mesmo com os olhos apertadinhos que embaça meus olhos de tanto brilho.
sou preso na extensa e maravilhosa liberdade que só vc seria capaz de me proporcionar,e sou louco por isso.
eu amo vc.

:**;

Jhu disse...

DiaBomdia
É lindo fazer malas, e não saber mais os gostos e ser ter a mesma cor de tenis os mesmo sonhos.
Isto parece conto de fada, na
real acho que é mas, não espalha não sempre tem que ter uma bruxa ou um pricipe desencantado...
Brilho luz e gliter pro ce hj clara clareana

Anônimo disse...

Putaquepariu, Clara!

Tem noção de como ficou perfeito isso? Aiás, tem noção de como essa imperfeição que você ama combina tão bem com a tua maneira imperfeita de ser livre? Acho que ele ama demais essa sua 'imperfeição'.

Gostei bastante do que escreveu também, porque me lembrou algo que me disseram uma vez: 'Você não ama uma pessoa pelas qualidades dela, mas sim pelos defeitos'.

Adorei.

beijos

Anônimo disse...

Ô Clarinha...
Ia dizer que adorei esse texto longo e lindo, é que puxa, minha sensibilidade aflorou hoje. Mas ah, eu sou sensível em quase todos os dias e mesmo que tu escrevas uma linha, eu vou achar bonito simplesmente porque é teu.
Tudo tão sussurrado, tudo tão baixinho, todas as letras tão pequenininhas, eu quase escutei a tua confissão de amor aqui. Fiquei feliz, porque ainda tem gente nesse mundão que sabe amar, admitir, errar e por fim, aceitar que amar é só isso, doação.
Imperfeições à parte, eu só queria dizer, por hoje, que vir aqui me faz sentir leve, leve, leve, lev...

...e eu dou um sorriso de lado, desejando que tu ames sempre mais e mais.

Renato Ziggy disse...

Caramba,se minha (futura )mulher se desnudasse desse jeito pra mim, eu viveria boquiaberto pra sempre. Gostei do contraste entre a docilidade nas palavras e ao mesmo tempo botão do "foda-se" apertado pelo teu indicador.Isso causa um estranhamento muito interessante que leva o leitor pra pensar...parabéns! Bjos