14.3.11

Acontece

Desta vez não teve beijo e nem encontro nas ladeiras de Olinda. Desta vez não teve nó na garganta de uma despedida mal explicada, pouco sentida. Desta vez não houve constrangimento e nem promessas loucas. Nada de trilhas sonoras, nada de desculpas alcoólicas. Nada de cobranças, nada de discussões. Nem brindes e nem brigas literárias. Desta vez, Recife não contribuiu e resolvermos deixar por isso mesmo, à mercê de um dia qualquer. “Esquece nosso amor, vê se esquece. Por que tudo no mundo acontece.”



Tentei ainda arranjar meios de te ver só para ter a certeza que eu iria deixar essa porra desse coração balançado. Você até tentou me encontrar, por meio das perguntas, só para relembrar a época em que éramos civilizados e falávamos sobre samba e amor até mais tarde. “E acontece que não sei mais amar. Vai chorar, vai sofrer e você não merece. Mas, isso acontece.” Acontece que nada mais existe. Abandonamos essa história com aquele ponto final que, de vez em quando, insiste em sair do parágrafo.



Mas não foi por isso que vim aqui. Foi só para escrever uma carta de despedida, não de nós dois, não de mim. Uma carta para se misture às poesias de Cartola para que o frio não seja tão ruim assim. Uma carta de quem não tem outra coisa a fazer, a não ser pedir que estas letras te deixem voar longe, muito mais longe do que você imagina. “Acontece que meu coração ficou frio e nosso ninho de amor está vazio.” Uma carta sem amor, sem esperanças, sem fins extraordinários. Apenas um brinde as letras que aparecerão na tua frente em forma de arte. Um brinde a arte que você está correndo atrás.



Se importa ou não, se faz efeito ou não ou se até você nem lembre que este espaço existe ainda, fica aqui o meu mais sincero desejo de garra, de felicidade, de bons ventos. “Se eu ainda pudesse fingir que te amo, ai, se eu pudesse. Mas não quero, não devo fazê-lo, isso não acontece.“ Que na mala esteja este teu sorriso que ainda deve estar lindo junto com aquela camisa azul para iluminar os dias. “Isso acontece, vê se esquece.”



Ah, um brinde!




7 comentários:

continuando assim... disse...

isso acontece ..

um brinde!

gostei
passarei mais vezes

Teresa

Giovana F. disse...

E acontece cada dia mais. Pra mim, pra vc e pra quem quiser.
Só sei que essa sua poesia me deixou mais tranquila. Pode ter certeza!

Beijo grande!

Fabi Penco disse...

Vai ele não merece mesmo... Isso mesmo se despeça dele e vamos pulçar em outra folia rs
beeijos

Maria Lih disse...

Ah... um brinde então... rsrs
to seguindo, Clarie!

beijo e até mais...

REAVF disse...

Ouvi essa música hj,pensei nas desilusões amorosas e num coração já estéril. N por isso, n consegui dormir, vim olhar meu blog e acabei bebendo do teu..

E salva Cartola e as ladeiras de Olinda!

Rayo Miranda disse...

Um brinde as ladeiras, aos beijos e a falta deles!!!
Seguindo aqui!

Rounds disse...

Um brinde e boas perspectivas!

Bj