Domingo

Veja só, menino

Eu não sei fazer repente

e nem em um só tino

consigo rimar versos na mente

Nem tampouco sei fazer essa coisa urgente

de só botar em quatro linhas

pra resumir completamente

tudo o que está nas entrelinhas

da história da gente

Mas foi só saber da tua existência

que até a minha poesia

foi parar nessas bandas de rimar a noite com o dia

só pra que tu olhasse pra mim

com olhos de quem tá afim

de juntar as tuas palavras com as minhas

e inventar um amor de verso, cheio de mania

que pode, no meio da rima

deixar de combinar

ser mais uma sina de quem tá mesmo disposto

a não ser só feito de carne e osso

e que saiba, além de tudo, quando

o outro é um espaço em branco

pronto pra escrever coisa bonita

coisa sem ser de palavra doída

E que dentro desse caroço que bate

bate, bate, bate

apareça o meu sorriso, esse feito só pra tu

menino

já que o teu tô levando comigo

pra não ter desatino

para que todos os dias pareçam um domingo